quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Disciplina sim, obediência não

É muito comum ouvir os marxistas modernos do Brasil falarem contra as instituições militares, contra a força policial, ou contra a disciplina nas instituições educacionais. Creio que muito disto se deve ao período da repressão militar do golpe de 64. A maquina da força repressiva ganhou a queda de braço contra os revolucionais, e mais ainda, o fim do regime militar se deu com  o uso da diplomacia política. Ou seja, os perseguidores não foram punidos e os perseguidos foram tratados como criminosos perdoados (como se o governo democrático estivesse sendo misericordioso com os miseráveis comunistas), e os revolucionários, depois de tanta tortura, ficaram domesticados. Não prevaleceu entre os revolucionários o espírito combativo militar do MR-8, ou das FARCS e outros grupos paramilitares marxistas.


Deste modo, ficou muito forte a associação do militar com a repressão imperialista, e os marxistas ficaram associados à luta pela livre expressão (pacífica), defesa diplomática e combate ao uso da força. Essa postura se desenvolveu como mais evoluída que a força militar, e assim, até hoje, combate-se a organização militar, relacionando-a com a maquina repressiva. E que a verdadeira humanidade é feita somente de liberdade (pacifica) sem censura.
Contudo, a proximidade ainda que estamos do evento, embora já tenha passado quase 30 anos do fim oficial do regime militar, ainda não consegue-se ver o quadro de cima, ou seja, perceber que a força militar, tal como existe, não foi responsável pelo regime opressor, mas como em sua essência, os militares são apenas um instrumento bélico que serve àquele que o possui. Os militares são um orgão sem a opção de controlar, pelo contrário, só existe e funciona quando controlados. O verdadeiro opressor que impunhou a maquina de guerra brasileira foram os latifundiários, banqueiros, empresas multinacionais por meio de seus governos imperialistas, oportunistas pequenos burgueses que ascenderam às camadas de poder por meio da industrialização do Brasil.




Por favor não pensem os militares que estou lhes chamando de retardados, pois as instituições educacionais e tecnologicas militares brasileiras são a vanguarda do progresso do Brasil (muitas vezes), mas estou apenas destacando que a postura básica dos militares para que eles tenham sucesso, é a disciplina. Os militares são controlados conscientemente, estão organizados para FAZER cumprir as ordens do governo, defender a pátria. Caso eles não sigam essa disciplina, aconteceria o caos social. Militares não são retardados, pelo contrário, são a inteligencia de defesa, que existem para sustentar a ordem.
Aliás, aqui vai minha crítica aos militares; o golpe de 64 só foi possível porque os militares foram corrompidos, ou seja, alguém, entre os militares, pensou corruptamente e traiu o seu governo e o seu líder maior, João Goulart. Os militares não deveriam se insurgir contra a presidência da República, aquele não era o seu papel, pelo contrário, seu papel era defender as reformas de base propostas pelo ministério de Goulart, eleito por vontade popular. - Pouco importa se ele é comunista, ateu, imperialista, o que for; o governo de 1960 foi traído pela sua força bélica.
Aqui, defendo agora que tem faltado ao nosso país a disciplina e valorização dos militares. E que somente quando este tópico for restaurado, então esse país irá caminhar. Como professor vejo como disciplina faz falta, sem disciplina (ao bom e velho estilo militar - sem opressão - SIM É POSSÍVEL!!!) não existe desenvolvimento na educação. Os alunos não detém sua atenção nas aulas, nem sequer respeitam o professor. Mas isto vem de algo anterior, eles não mais respeitam os pais, pois estes também não se dão ao respeito, nem sabem exigi-lo. Isto porque o governo não sabe se impor para manter ordeiramente o funcionamento das coisas. Uma cidade sem iluminação, sem segurança, sem lazer, sem água, sem saneamento, sem o pequeno, mas bom comércio, sem acesso, ou incentivo à leitura, tudo isto deixa o povo como baratas tontas, sem ter o que fazer, sem saber como fazer.
Essa vida sem regras desemboca numa sociedade que não respeita nada, ou ninguém. Assim, chegamos, por inferência, ao aluno na sala de aula. Contudo, se houvesse um governo que após a ditadura soubesse desenvolver tudo aqui que falei, a escola seria um lugar de respeito e desejado. E a disciplina na escola não seria de alunos calados e professor com a matraca aberta (aliás, poderia até ser, depende da pedagogia do cara.), mas um professor, com casa, vizinhança e cidade bem administrada, teria como preparar uma aula de qualidade, e ânimo, pois sabe que encontraria alunos motivados.
Concluo com alguns aspectos da disciplina militar, sem opressão, pois opressão é para estado de guerra.

01 - Uniformes para sala de aula, outros para educação física, valorização dos símbolos escolares: escudo, hino e bandeira (da escola e das organizações governamentais) - Isto tem sentido pois valoriza do aluno o amor pela educação, pelo lugar onde desenvolver a educação.
02 - Hierarquia escolar - o aluno consegue aprender, mais que a matéria, quando ele conhece as instituições hierárquicas, hierarquia não pressupõe desrespeito, desrespeito ocorre por causa das pessoas.
03 - Cobrança - o aluno precisa ser cobrado, pois ninguém nasce sabendo, é preciso que as pessoas sejam estimuladas para desenvolver suas aptidões.
04 - NÃO estímulo ao melhor, ou pior aluno - todos devem ser educados para uma vida uniforme, a premiação dos melhores só cria abismos com os "piores" e deste modo, todo sistema vai cair, mais cedo ou mais tarde.
Em fim,
05 - Fiscalização - a biologia e a mente humana tendem a dispersão, por isso, é parte da mente racional a postura de combater qualquer desvio do sistema disciplinar. A liberdade só é bom se promove o desenvolvimento humano, não devemo ser tolerantes, não devemos nos deixar levar pelo direito de alguns em detrimento do bem estar dos que foram historicamente oprimidos, ou seja, a verdadeira maioria, e não a maioria democrática da burguesia, de liberdade de comércio.

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