domingo, 13 de abril de 2014

Ode à Lua

[foto: Thays Fernanda]
Se vc não se deixar parar por ela, se vc não consegue ficar contemplando ela, se vc nunca disse nada de elogios à ela, se vc não espera por ela todas as noites, se vc nunca desejou visitá-la, então você não pertence à humanidade. 
Ela sempre esteve lá, antes de nós, nós a conhecemos desde longa data, e ela nunca nos cansa com sua beleza e mistério.
Ela sempre nos acompanhou, em todos caminhos da humanidade, ela sempre nos visitou, nos iluminou, nos fez sonhar.
Nos mares, desertos e florestas. Nos palácios, presídios e favelas. Solteiros casados e abandonados. animalistas, budistas, ateus. Ela sempre nos acolheu.
Não importa se a lua de ícaro tem mais poesia que a de galileu, o que importa é que ícaro e galileu, você e eu somos fascinados por ela.

limitados e presunçosos

Chamada de galaxia do hamburger, sua extensão é de 100 mil anos-luz.
That let us thinking about something...
Nossa raça, organizada como civilização, está aqui há apenas 10 mil anos, quando fomos edificando nossas primeiras cidades, Jerico (cerca de 9 mil a.C.).
Há 5 mil anos atrás, viveram reinos como os egípcios, construindo pirâmides.
Há 2 mil anos surgiu um grupo que moldou a vida ocidental, os cristãos, há 1300 veio Maomé moldando outro grande grupo.
Esses dois grupos nos deram ferramentas para estudar os astros.
Há 73 anos conseguimos ficar fora do planeta, mas somente há 315km de distância da terra, e como curiosidade, há uma velocidade de 28 mil km/h.
Estamos em 2014, ainda não chegamos em Marte.
Nem voltando para o início de nossa civilização, teríamos conseguido cobrir a extensão dessa galáxia.
Daqui em diante, faça vc suas especulações. Vale pensar e dizer tudo, menos prepotência de certezas absolutas

Opção para salvar a escravidão

No séc XIX, com a escravidão de africanos chegando ao seu fim, iniciando com leis contra o comércio (tráfico) atlântico de escravos; passando por leis abolicionistas na América; tendo partidos políticos (liberais) brasileiros advogando por um fim gradual à escravidão. Grandes proprietários de escravos já pensavam em soluções para continuar se beneficiando de trabalho barato na sua lavoura. Pensou-se em manter um tráfico interno, comprando escravos já residentes no Brasil, ainda promoveu-se a vinda de imigrantes europeus que saiam de seus países de origem (muitos desses em crise). E uma coisa interessante que destaco foi a ideia de trazer imigrantes chineses, os "chins" ou "coolies".
Aqui trago uma questão:
A migração forçada; ou por iniciativa própria, ou por rapto (como foi a escravidão); determinou a formação de identidade atual dos povos americanos. A etnia negra faz parte da identidade americana, assim como a europeia. Em alguns locais, a etnia amarela.
Hoje também se vê a população afro-americana lutando por sua identidade (africana, ou afro-americana), vê-se ainda um resquício de propaganda ufanista de identidade nacional brasileira (propagada pela elite de origem branca colonizadora).
Por qual identidade que se luta? Uma nova identidade de povos exportados do velho mundo? Por uma herança de identidade de grupos humilhados e derrotados? Grupos que reformulam uma identidade procurando resgatar pontos de resistência, luta e garra?
Que identidade podemos passar para quem aprende história? ou
Devemos lutar por um resgate identitário?


Retratação

Hoje, voltando para casa, observei uma garotinha indígena usando farda de escola municipal, com um senhor que parecia seu pai. Ela não estava pintada, ou usando adornos tipicamente indígena, mas percebia-se sua etnia claramente.
Notei que financeiramente ela não deveria ser muito privilegiada também.
Pensei: "Alguém deve desculpas a ela."
Não sei se seria eu, não me enquadro entre os colonizadores dessa terra, aqueles que invadiram a América, ou melhor, Pindorama.
Nasci fruto da sociedade colonizadora que escorregava sobre os corpos nus das índias, mães dos primeiros brasileiros (se é que podemos chamar brasileiros nos séc XVI, XVII, XVIII). Faço parte de uma geração sem identidade, a menos que eu considere a tal identidade nacional brasileira como algo que me represente.
Mas ainda assim, alguém deve desculpas àquela menina e ao seu pai. Não seriam os negros, que vieram em correntes, aos trancos e barrancos nos tumbeiros.
Mas quem? quem vai lhe pagar o que deve? E quanto se deve?
Ninguém! Essa menina continuará sem reconhecimento de sua herança sobre a terra. Ela vai continuar indo à escola com sua fardinha de estudante, pegando ônibus sem expectativa de ser reconhecida como principal desta terra.
Pois todos lavam as mãos dos crimes cometidos sob o marco do Equador, onde todo pecado é permitido.
Afinal de contas, somos e fomos todos culpados. Somos e fomos essas vítimas algozes.