terça-feira, 30 de abril de 2013

Dando um fim a violência


Os crimes cometidos recentemente, e noticiados pela mídia, revelam um dado incomodo da sociedade, a quantidade de menores infratores, que não respondem por seus crimes graças à nossa lei. A sociedade, sobretudo a classe média, tem conclamado às autoridades para diminuição da maioridade penal, acreditando que esse é um passo fundamental para punir os criminosos. Embora eu concorde que a idade nem deveria ser levada em conta, e que qualquer um que comete crime deva ser punido de acordo com seu crime, e não com a sua idade, ainda assim, essa não é a solução que satisfará a justiça.

A sociedade pede medidas mais justas para punir crimes. Atualmente se pede a diminuição da maioridade penal, mas em geral a sociedade sempre pede paliativos que não resolvem o problema. Maior rigor para crimes no trânsito, restrições e proibições de drogas lícitas; entre outras lutas para combater injustiças, na Bahia, por exemplo, existe uma lei que proíbe músicas que promovem o desrespeito à mulher, visando combater a violência contra elas. E ainda, além de leis, existe a propaganda de conscientização. Embora isto traga uma diminuição dos números da violência, não há uma mudança na cultura da nossa sociedade violenta, são apenas medidas secundárias.
Tudo isto que foi falado combate os efeitos da violência, mas para combater a violência e mudar a nossa sociedade é preciso tomar medidas mais enérgicas e radicais. É preciso combater, pelo menos, duas coisas, o espírito consumista e a desigualdade abismal de classes. Vive-se em um mundo que se valoriza o “ter” para “ser”, este juízo de valor é uma violência contra a dignidade humana, pois o ser humano passa a ser visto pelo que tem e não pela sua conduta. Os efeitos desta violência do consumismo são a cobiça que leva ao roubo, à corrupção, a impunidade, tráfico de drogas etc. Se queremos diminuir os índices dessas violências, precisamos mudar os valores que são disseminados na sociedade.
Outro passo para essa mudança social é a conscientização das classes, burguesia, classe média e trabalhadores. Enquanto o mundo valoriza a separação desses grupos, desenvolvendo a tensão que gera violência, os cristãos burgueses, por exemplo, deveriam perceber que o seu acumulo financeiro, que impossibilita ao pobre alcançar uma maior qualidade de vida, e percebendo isto, deveriam buscar menos o acúmulo de lucros, e mais a qualidade de vida social. Os ricos precisam perceber que têm recursos, não para ostentação, mas para diminuição da desigualdade. A indústria e tecnologia não devem servir para enriquecimento de uns, de acordo com o pensamento cristão, os avanços do homem devem proporcionar melhorias sociais.
O fim da violência virá somente quando Cristo der a paga a todos segundo suas obras. Entretanto, a igreja está na terra para combater a violência, servindo-se da mensagem fraternal de Cristo para mudar os valores sociais e econômicos. Mesmo que a violência esteja longe de ter fim, ao menos a igreja fará o seu papel que é anunciar a mensagem de Deus aos homens. Para diminuir a violência o cristão precisa, tanto apoiar leis coercivas, quanto pregar que há outro modo de pensar, promover valores humanos contra os valores materiais. Cabe aos cristãos que tomam consciência do seu valor, desejar mais igualdade social e econômica, do que desejar adquirir mais em detrimento do outro que fica alijado dos direitos sociais e econômicos.

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