sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A Igreja protestante limitando-se a um discurso puramente espiritual


“Por que as igrejas saídas da Reforma se concentram em alguns velhos temas da Reforma, dentre os quais a justificação pela fé somente ou soli Deo Glória? Por que não levamos a sério o fato de que Jesus de Nazaré foi expulso da Sinagoga e do Templo e que foi condenado pelos sacerdotes? Por que não seguimos o exemplo de Jesus que visitava os leprosos e os rejeitados e declarava que ao seu reino seriam conduzidas as pessoas que vagueiam no caminho, vivem nos campos de concentração e com as quais ninguém se preocupa? Por que tão pouca compreensão para com as revoluções sociais (...)” – Hromadka

Como será que um protestante se torna um católico medieval, no que se refere ao modo de pensar? As Igrejas protestantes históricas, quando fixam sua teologia em uma repetição de dogmas antigos (os quais não quero dizer que não devam ser mais defendidos), elas tornam-se um fardo, ou pior, tornam-se obsoletas para socorrer a sociedade na qual estão inseridas, pois não mais respondem o que Deus pensa a respeito do mundo.

Deste modo, quando os protestantes não mais atendem aos clamores dos homens de sua época, igualam-se aos católicos do fim da Idade Média. Estes eram religiosos que rezavam missas incompreensíveis ao povo, eram igrejas que não distribuíam as ofertas à medida de quem tinha necessidade, eram altos clérigos que serviam a rei e poderosos, fazendo-se de cegos ante as injustiças dos senhores contra os seus vassalos.
Os protestantes não podem esquecer que a Igreja Protestante surgiu contra os abusos da Igreja Católica Medieval. Os protestantes combateram uma Igreja que não mais refletia a luz de Cristo, não combatia aos soldados cruéis que violentavam seus irmãos, não condenava as cobranças de impostos dos senhores feudais, não defendia o direito dos órfãos e das viúvas, mas por meio das indulgências tomava-lhes todos os bens. Os protestantes despertaram o mundo cristão para a necessidade de trazer vida aos cultos; pregando a mensagem de Cristo como alvo de todos, tornando o culto cristão um espaço para aprender o amor.
Contudo, quando os protestantes de hoje, deixam de lado os debates políticos, os avanços acadêmicos e científicos, aliás, pelo contrário, tomam partido político ao lado dos poderosos, esquecendo-se que as almas precisam receber o amor com que Cristo nos amou, esquecendo-se que a Igreja é a organização de Deus na terra para aplacar a injustiça dos homens, para combater o amor ao dinheiro e convertê-lo em amor aos homens; essa Igreja está abandonando sua Herança Reformada e tomando a Herança Católica Medieval. 
Não há nada de errado em estudar os antigos dogmas de nossa religião, em falar da Justificação pela Fé, da Autoridade das Escrituras como Palavra de Deus, da Economia da trindade em nossa Salvação. Mas a igreja protestante, não pode esquecer de que há novas perguntas que necessitam de respostas cristãs. A Igreja deve pregar a vida eterna, mas sem esquecer da vida com Cristo. Devemos falar do Céu, mas devemos lembrar do hino que diz: "Oh! Aleluia, sim é céu, é céu fruir perdão AQUI. Em terra ou mar, por onde for, com o Senhor é céu ali."
Protestantes de todo mundo, uni-vos na luta contra o mal! Vamos combater a idolatria, a feitiçaria, a superstição e a imoralidade, sem deixar de combater as injustiças sociais, sem deixar de combater aqueles que usam da fé para lucrar sobre seus irmãos. Vamos expurgar das igrejas as heresias contra  daqueles dominadores que temem compartilhar seus bens com seus próprios irmãos, que não são fieis nos dízimos e ofertas, pois creem que precisam manter sua condição social. Vamos combater aqueles que falam de entregar a vida a Jesus para ir ao céu, mas fecham as portas do amor de Cristo aos que lhes estendem a mão.

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