sábado, 14 de dezembro de 2013

Uma nota sobre o protestantismo brasileiro


Fico observando o espanto que alguns protestantes brasileiros demostram quando houvem falar que certas
personalidades são protestantes.
Ben Afleck, Michele Pfeiffer, Britney Spears, Oscar Wilde, Charles Darwin, Mandela, Obama, Greta Garbo, John Wayne, Sartre, Churchill, T.S. Elliot, Bill Clinton...

Na verdade, escolhi esses nomes, para destacar o espanto dos protestantes brasileiros.
No Brasil, o protestantismo se destaca por um envolvimento na crença de valores morais ascéticos e crenças dogmáticas. Já os protestantes citados acima, e muitos outros vivem uma religião de valores tradicionais, sem muito dogmatismo. Pode parecer falta de espiritualidade para os protestantes brasileiros, mas isto, apenas porque os protestantes brasileiros olham para os outros como se a unica maneira de ser protestante fosse como a que se pratica no Brasil.
O historiador francês Émile Leonard(ex-professor da USP e Sorbone), dividiu a classificação da prática protestante em alguns grupos: Protestantes do livro, protestante do espírito e protestantes da liturgia. No Brasil, impera os dois primeiros, já na Europa e outros países, há o terceiro.
Durante o séc. XIX no Brasil, chegou o protestantismo do Livro, vindo por missionários americanos, décadas após a vinda dos missionários, os EE.UU. passou por desenvolver, no mesmo tempo que os protestantes europeus, um protestantismo que respeita as diferenças de fé, mas um protestantismo que vive as suas tradições, ou como disse Leonard, suas Liturgias.
Já o Brasil, influenciado pelos valores de um país carente de qualidade de vida e de uma igreja (católica, ou protestante) que dê um amparo à esses desassistidos sociais, desenvolveu-se o protestantismo do espírito, ou como conhecemos, pentecostalismo e suas vertentes. Uma religiosidade que busca alimentar no fiel a esperança de uma vida material abençoada por Deus, prosperar, ter saúde e tudo com a graça divina.
Hoje, o Brasil vive um protestantismo meio confuso, os dois modelos que vigoraram, e vigoram aqui, estão divididos por paredes líquidas. Eles se unem em aspectos de uma moralidade ascética (juntos combatem homossexualidade, aborto, controlam a sexualidade e a consciência dos seus fieis, enquanto que divergem de alguns dogmas, praticando a catequese de sua Confissão de Fé para todos, acreditando que fora desta confissão, há perdição eterna. E ambos consideram o protestante da liturgia como um protestante sem compromisso com a fé, ou com dizem, liberal.
Já os protestantes da liturgia, vivem uma busca pela união entre as diversas religiões, um "abandono" de dogmas que não cooperam com essa união. Entendem que a consciência precisa ser livre, e que um verdadeiro protestante não se ocupa com o progresso de uma religião, mas o uso de uma religião como progresso da humanidade.

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